Briófitas

As briófitas (do grego brion, musgos) são plantas de pequeno porte que vivem, geralmente, em ambientes úmidos e sombreados. Tal característica de hábitat está relacionada a ausência de estruturas que evitam a desidratação intensa e a dependência da água na reprodução. As espécies mais conhecidas de briófitas são os musgos e as hepáticas.

A maioria das espécies apresenta altura inferior a 5 centímetros, no entanto pode-se encontrar musgos com até 50 centímetros de altura. O tamanho reduzido dos exemplares desse grupo está associado à ausência do sistema vascular, ou seja, são plantas avasculares. Nesse caso, o transporte de água e nutrientes é feito lentamente por difusão célula a célula, sendo a passagem de substâncias realizada através de pontes citoplasmáticas que atravessam a parede celular, os plasmodesmos.

O corpo das briófitas, conhecido como talo, é constituído por células pouco diferenciadas, tendo as células epidérmicas como as mais especializadas. Essas apresentam pequenos cloroplastos discoides e podem ser revestidas por uma fina camada de cera que auxilia a redução da perda de água no processo de transpiração. Além da camada de cera, outra estrutura encontrada no tecido de revestimento das briófitas apresenta essa função, são os denominados poros, formados por espaços deixados entre as células da epiderme. Além disso, os poros permitem as trocas gasosas entre a planta e o meio externo.

O gametófito dos musgos cresce perpendicular ao solo, sendo assim ereto, o que confere uma aparência semelhante ao caule das plantas vasculares, portanto é conhecido como cauloide. Dessa estrutura surgem lâminas análogas às folhas, denominadas filoides. Para se fixar no substrato (solos, troncos de árvores, rochas) o gametófito conta com a presença de estruturas filamentosas chamadas rizoides, por lembrar o aspecto da raiz das plantas vasculares. Porém, os rizoides não apresentam absorção de água e nutrientes como função principal, pois essa atividade ocorre em todas as células do corpo do musgo.

Apesar de serem considerados seres avasculares, alguns musgos podem apresentar tecidos especializados na condução de água e nutrientes, encontrados na porção central do cauloide, são o hadroma e o leptoma. O primeiro é formado por células alongadas com parede transversal fina e altamente permeável, denominadas hidroides. Essas ao atingirem a maturidade, morrem e tornam-se ocas, o que permite a passagem de água e nutrientes. O leptoma, por sua vez, é constituído por células conhecidas como leptoides, que perdem o núcleo ao atingir a maturidade, mas permanecem com o citoplasma íntegro. Tais células passam a transportam, então, substância orgânicas pelo corpo da planta.